sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Educação universitária para o futuro

Reinventar o mercado

É preciso premiar de forma sistemática o mérito dos bons alunos e gerar uma cultura de negócios e inovação

09 de novembro de 2012 |
 FERNANDO LUÍS, SCHÜLER, É DOUTOR EM FILOSOFIA, MESTRE EM CIÊNCIAS POLÍTICAS (UFRGS), DIRETOR-GERAL DO IBMEC/RJ - O Estado de S.Paulo
Artigo

O tipo de educação que teremos demanda primeiro uma definição sobre o país que desejamos ser. Se pretendemos ser um país produtor de tecnologia, precisamos formar profissionais não apenas bem preparados tecnicamente, mas pessoas capazes de repensar paradigmas e inovar. Isso significa, em primeiro lugar, uma aposta na excelência acadêmica. Qual é a fórmula? Não creio que exista uma. Há um conjunto de práticas que qualquer instituição pode seguir. Selecionar professores com isenção e critério acadêmico, investir em pesquisa, criar condições e exigir que professores preparem suas aulas meticulosamente. E sempre lembrar que uma academia é um espaço da ciência, não da ideologia...
Precisamos atrair professores do exterior, ampliar a base de disciplinas em inglês em nossas instituições, buscar certificações reconhecidas internacionalmente e melhorar nossa posição nos rankings globais. No Brasil, fala-se muito em enviar alunos para estudar no exterior. Isso é importante, não há dúvida. Mas é preciso dar a mesma prioridade para atrair alunos do exterior para estudar no Brasil. Somos o maior mercado da América Latina e vamos sediar logo a seguir os dois maiores eventos esportivos do planeta. Há um claro potencial inexplorado de atração de alunos chineses, indianos e mesmo europeus, que facilmente perceberão no Brasil oportunidades mais sedutoras que aquelas do Velho Continente em crise. Temos desprezado, historicamente, o valor estratégico da captação de jovens talentos para nosso desenvolvimento. Há um longo caminho a trilhar, mas não parece haver dúvidas sobre qual é a agenda a perseguir.
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