quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O efeito Ricardo

Como o Efeito Ricardo explica o fracasso das medidas de estímulo keynesianas

O Efeito Ricardo é um efeito sobre a estrutura de produção da economia em decorrência de uma maior poupança por parte do consumidor — ou seja, é um dos efeitos causados por um comportamento mais voltado para o consumo futuro em detrimento do consumo presente...
O Efeito Ricardo
Para a compreensão do Efeito Ricardo, é necessário compreender a teoria austríaca do capital e da estrutura produtiva. Como sua principal característica é trabalhar com a desagregação do capital (pois pressupõe que o capital é heterogêneo) e saber que há uma alocação intertemporal dos recursos, Hayek mostrou que uma taxa de juros gerida puramente pelo mercado é o melhor instrumento para coordenar as decisões entre poupança e investimento. A representação da estrutura produtiva da economia ficou conhecida como triângulo de Hayek.
Em uma economia em crescimento, o tamanho do triangulo aumenta junto com a fronteira de possibilidades de produção (FPP). Portanto, as decisões de consumo, poupança e investimento (e também a expansão artificial do crédito) têm efeitos diretos no crescimento da economia e nas etapas intermediárias de produção. E um desses efeitos é o Efeito Ricardo.
O comportamento poupador causa uma queda na demanda por bens de ordem inferior (bens produzidos nas etapas de produção mais próximas do consumo). Contrariamente, os bens de ordem superior (produzidos nas etapas de produção mais longe do consumo) sofrem um aumento de sua demanda. A estrutura produtiva passa a se caracterizar como estando mais orientada para o futuro e com mais estágios de produção. De forma sustentável, a economia passa a crescer mais rapidamente do que cresceria caso continuasse com seu antigo comportamento, mais consumista.
No mercado de trabalho, os trabalhadores dispensados da produção de bens de ordem inferior são realocados para as etapas de ordem superior, onde há um aumento de demanda por trabalhadores, justamente em virtude da criação de novas etapas de produção. A estrutura produtiva torna-se mais intensiva em capital, gerando maior produtividade. Obstruções nessa livre mobilidade de trabalho, consequentemente, são uma fonte geradora de desemprego institucional...
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