A destruição da Argentina
30 de janeiro de 2014 |
O Estado de S.Paulo
Devastada de tempos em tempos por algum governo incompetente e populista, a
economia argentina mais uma vez se esboroa, com inflação em disparada, problemas
de abastecimento, produção estagnada, reservas cambiais quase no fim e quase
nenhum acesso - ou nenhum, mesmo - ao financiamento internacional. Nem
originalidade se pode atribuir à presidente Cristina Kirchner e ao bando de
ineptos ao seu redor, pelo menos quanto aos erros. Há pouca novidade nos
principais disparates cometidos em dois mandatos consecutivos. Mais de uma vez,
nos últimos 40 anos, o governo argentino produziu o quase milagre de esvaziar as
prateleiras num país conhecido como grande produtor e exportador de alimentos. E
mais de uma vez esse país está a um passo de um desastre cambial, embora os
preços agrícolas tenham sido muito bons, no mercado internacional, nos últimos
anos.
Irresponsabilidade monetária e fiscal, ingerência nos preços, barreiras à exportação e à importação, interferência no câmbio e conflitos com o setor agropecuário, de longe o mais produtivo da economia, são marcas de vários governantes argentinos. Em relação a esses pontos, nenhuma inovação nos últimos anos. Se os Kirchners tiveram alguma originalidade foi em outras linhas de ação.
O primeiro, Néstor, marido de Cristina, juntou-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há uns dez anos, para criar uma estranha e desastrosa parceria entre Argentina e Brasil - uma aliança terceiro-mundista, naturalmente antiamericana e incompatível com qualquer projeto sério de inserção do Mercosul no mercado global. Essa parceria acabou favorecendo um crescente protecionismo do lado argentino, ruim para o Brasil, para as economias menores do bloco e para a indústria argentina, acomodada e cada vez menos competitiva.
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Irresponsabilidade monetária e fiscal, ingerência nos preços, barreiras à exportação e à importação, interferência no câmbio e conflitos com o setor agropecuário, de longe o mais produtivo da economia, são marcas de vários governantes argentinos. Em relação a esses pontos, nenhuma inovação nos últimos anos. Se os Kirchners tiveram alguma originalidade foi em outras linhas de ação.
O primeiro, Néstor, marido de Cristina, juntou-se ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há uns dez anos, para criar uma estranha e desastrosa parceria entre Argentina e Brasil - uma aliança terceiro-mundista, naturalmente antiamericana e incompatível com qualquer projeto sério de inserção do Mercosul no mercado global. Essa parceria acabou favorecendo um crescente protecionismo do lado argentino, ruim para o Brasil, para as economias menores do bloco e para a indústria argentina, acomodada e cada vez menos competitiva.
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