Governo represou pagamentos para obter superávit
Gastos não pagos de um ano para outro, tecnicamente conhecidos como ‘restos a pagar’, aumentaram dez vezes nos últimos dez anos
08 de janeiro de 2014 | 20h 25
Murilo Rodrigues Alves - Agência Estado
BRASÍLIA - Em uma década, o governo federal multiplicou por dez os gastos que são registrados no Orçamento, mas não são pagos até 31 de dezembro. Conhecida tecnicamente como "restos a pagar", essa rubrica orçamentária atingiu de 2013 para 2014 o recorde de R$ 218,4 bilhões, informou nesta quarta-feira a Secretaria do Tesouro Nacional. Na comparação com 2012 para 2013, o aumento foi de mais de 23%.
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Do total desse "orçamento paralelo", R$ 33,6 bilhões foram retidos na boca do caixa e ajudaram a contabilizar o superávit primário do governo - economia para o pagamento da dívida. Essa parcela é destinada às despesas nas quais o serviço que deu origem ao gasto já foi executado, faltando, apenas, o pagamento - os chamados restos a pagar processados. Ou seja, são recursos que deveriam ter ido para as empresas que prestaram serviços ou venderam produtos ao governo, mas foram represados para ajudar na contabilidade oficial.
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