Obras paradas: o outro lado da Operação Lava Jato
Investigações fragilizam empreiteiras e já provocam demissões em massa e paralisação de empreendimentos. Governo manifesta preocupação e reacende a discussão sobre a abertura de mercado às empresas estrangeiras
Josie Jeronimo (josie@istoe.com.br)
PREJUÍZO
Obras da transposição do rio São Francisco estão
paralisadas e tiveram o cronograma de entregas adiado
As investigações da Operação Lava Jato chegaram a um ponto decisivo para o futuro das grandes obras e até para a economia brasileira. Na semana passada, tornou-se pública a divergência entre o governo federal e o juiz Sérgio Moro, de Curitiba, responsável pelo caso, em relação aos desdobramentos do escândalo da Petrobras. Estimulado pelo Palácio do Planalto, na quarta-feira 28, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu a preservação institucional das empreiteiras. “Que nós não criemos situações que atrapalhem a vida econômica dos brasileiros”, afirmou Cardozo, em entrevista coletiva, depois de fazer a ressalva de que as pessoas responsáveis pelos desvios bilionários da estatal devem ser punidas com o rigor da lei. No mesmo dia, Sérgio Moro demonstrou claro interesse em acabar com as relações entre as grandes empresas que tocam as obras e o poder público. “A única alternativa eficaz para afastar o risco de repetição dos crimes seria suspender os contratos”, afirmou o juiz em ofício enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A medida pretendida pelo magistrado atingiria a União, Estados e Municípios.
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