segunda-feira, 4 de maio de 2015

Nova matriz macroeconômica

O custo de erros passados

Affonso Celso Pastore - O Estado de S.Paulo
Nova matriz. Se nos últimos anos o Banco Central não tivesse se associado ao governo na aventura da "nova matriz" macroeconômica, e tivesse usado a elevação de juros para combater a inflação em vez de beneficiar-se do controle de preços e das vendas de swaps cambiais para conter a depreciação cambial, estaria atualmente com as expectativas de inflação muito mais próximas da meta, o que diante da recessão que se aprofunda lhe abriria o espaço para a redução da taxa Selic. Infelizmente, contudo, erodiu a confiança na sua capacidade de entregar a meta. Na busca de reconquistar a credibilidade perdida vê-se diante do paradoxo de ter que elevar a taxa de juros mesmo diante do aprofundamento da recessão. O resultado é a manutenção dos juros reais elevados, o que combinado com a queda dos riscos atrai capitais de curto prazo e valoriza o real. Poderia, pelo menos, usar o paliativo da recompra dos swaps cambiais. Não tenho a ilusão de que isso teria um efeito muito grande sobre a taxa cambial, mas pelo menos estaria dando um sinal na direção correta.
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