quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Comércio internacional

Liberais Antilibertários
1 h
Uma parte do comércio internacional a gente consegue explicar com as vantagens comparativas advindas da distribuição relativa dos fatores, outra com retornos crescentes de escala. Ambas as coisas foram feitas por caras que ganharam nobel: Bertil Ohlin e Paul Krugman, respectivamente. Já crescimento econômico a gente consegue dividir entre o que é contribuição dos fatores e o que não é. Quem primeiro conseguiu dizer quanto do crescimento vinha de capital e trabalho e o quanto era residual foi Robert Solow, ganhador do nobel. Ainda dentro dos fatores, Gary Becker - outro prêmio nobel - foi um dos expoentes no estudo do capital humano, que explicava mais um pedaço das diferenças de renda entre os países. O segundo passo para estudar crescimento é tentar explicar a parte residual, convencionada como mudança tecnológica ou produtividade dos fatores. Parte dessa mudança tecnológica são as instituições, parte é inovação. Quem conseguiu criar um link entre desenho institucional e desempenho econômico foram caras como Ronald Coase e Douglass North, que também ganharam nobel. Já os mecanismos que levam à inovação foram elucidados por Paul Romer, outro laureado pelo nobel.
Mas o que exatamente isso significa? Nada. O trabalho de tanta gente importante, que dedicou a vida estudando comércio internacional e crescimento econômico, usando o que melhor temos de método e evidência, não serve de nada. Como o comércio exterior funciona e como os países crescem você aprende lendo os livros do Celso Furtado Coreano. Sim, o Chang-Não-Sei-Das-Quantas. Os livros não têm nenhuma regressão ou modelo, não conseguem atribuir nenhuma relação de causalidade (segundo o próprio autor), não são citados em nenhum trabalho sério e paradigmático na área, mas elucidam todos estes questionamentos contando historinhas do século XVVII, XVIII. Vai na fé repetindo o que ele diz por aí que você vai tirar muita onda entre a galera que estudou o assunto. Só que não.
~supremo

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