Marcelo Hermes Lima tem feito uma cruzada solitária para desmistificar os números da produção científica no Brasil. É uma batalha inglória, enfrentar os interesses corporativos da própria profissão costuma custar caro. Nesse texto ele compara a produção do Brasil com a Estônia, se não gostou desse exercício ele tem vários outros, é só dar uma busca na internet que vocês encontram. Segue trecho:
“Os críticos habituais dirão que o problema é a falta de verbas e, por isso, publicamos artigos tão pouco citados. Entretanto, essa visão é distorcida, pois o Brasil e a Estônia apresentaram em 2016 praticamente o mesmo dispêndio em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em relação ao PIB: 1,27% e 1,28% (dados da Unesco, de 2019).
O PIB do Brasil em 2016 era de US$ 1,79 trilhões de dólares; o da Estônia, US$ 23,3 bilhões. Assim, o gasto em P&D de cada país foi de US$ 22,78 bilhões e US$ 299 milhões, respectivamente. A relação do gasto total em P&D (em USD) e o número de publicações em 2016 resultou em 316 mil para o Brasil e 98 mil para a Estônia, uma diferença de 3,2 vezes. A Estônia produz publicações por 1/3 do valor brasileiro, tendo 2 vezes mais citações (a diferença de CPP entre os dois países foi de 2,3 vezes em 2015).”
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