Análise: Relatórios mostram que o ambiente no país é hostil para a competitividade
LUCIANA YEUNG
ESPECIAL PARA A FOLHA
Em outubro, o Banco Mundial divulgou o relatório "Doing Business 2013", que faz uma avaliação do ambiente de negócios em 185 países. Desde o primeiro relatório (2004), o Brasil está entre os países avaliados, e mal --e cada vez pior-- avaliados.
Apenas nos últimos anos, em 2010, ficamos em 124º lugar; depois passamos para 127º, 128º e, finalmente, 130º em 2013. Mais do que uma análise das dificuldades com que potenciais firmas podem se deparar caso decidam se instalar no país, o "Doing Business" mostra as barreiras concretas que todas as empresas brasileiras enfrentam diariamente para alcançar mais competitividade.
Esse ranking é calculado baseado em dez subitens. No item "mais bem" avaliado, "Conseguindo eletricidade", o Brasil está em mero 60º lugar (no país que tem uma das matrizes energéticas mais ricas do planeta).
No item com pior avaliação, "Pagando impostos", estamos em nada menos do que 156º lugar. Ou seja, existem no mundo 155 países, do total de 185, em que é mais fácil pagar impostos do que aqui. Cada empresa brasileira gasta, em média, 2.600 horas para lidar com impostos e paga o equivalente a 69,3% dos lucros (a média na América Latina é de 47,2%; na OCDE, 42,7%; e na Ásia, 34,5%).
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Quantas firmas têm competitividade suficiente para sobreviver num ambiente de negócios como esse?