quinta-feira, 4 de abril de 2013

Taxa de desemprego

Uau! Não temos “desempregados”! Mas isso não é necessariamente bom…


O desemprego brasileiro continua seu voo rasante.  Depois de seu número mais baixo em dezembro (4,6%), ele subiu até chegar a 5,6% em fevereiro – o que historicamente é um excelente número para o mês. Tudo o que envolve emprego deveria ser maravilhoso, se não fossem dois pequenos problemas.
Primeiro:
O índice de desemprego brasileiro segue alguns parâmetros um tanto quanto esquisitos. Para poder somar o maior número de “empregados” vale tudo. O malabarismo para maquiar um número envolve, por exemplo, criar grupos como “desalentados”.
Para os índices oficiais, temos aqui duas pessoas que em pleno emprego!
Por “desalentado” entenda-se uma pessoa que procurou emprego, não achou e parou de procurar nos últimos seis meses. Sendo assim, para as estatísticas oficiais, ele não é um desempregado (ou desocupado, termo usado pelo IBGE). Pessoas que deixam a vida de desempregado para trabalharem ganhando menos de 1 salário mínimo, também, não são desempregados. Engloba-se nisso tudo que você imaginar, desde malabaristas de sinal até catadores de lixo. Para o IBGE e as capas dos jornais eles estão entre os 95,6% de pessoas empregadas no Brasil. Pensar que o limpador de para-brisas em um semáforo de trânsito é alguém que goza de pleno emprego é mais do que equivocado.Chega a ser sádico.
A metodologia utilizada para medir o desemprego é tão importante para o resultado final que basta comparar os dados do IBGE com os do DIEESE para ter noção do tamanho do impacto metodológico. Enquanto naquele o desemprego ultimamente ronda a casa dos 5%, neste fica em torno de 10%. Isso mesmo. Uma instituição aponta o dobro de desocupados no Brasil do que a outra. Percebe-se que a metodologia aplicada não é só um detalhe. Fica o velho ditado: “dados estatísticos são como biquíni: o que mostra é interessante, mas o que esconde é fundamental.
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