A meta da incompetência
O Estado de S.Paulo
O governo decidiu manter por mais dois anos uma das maiores metas de inflação
do mundo - 4,5% com margem de tolerância de 2 pontos para mais ou para menos, na
prática, apenas para mais, porque nada permite prever um combate mais sério à
alta de preços. Com essa decisão, o governo indicou ao mercado a continuação de
uma política frouxa. Fortaleceu, mais uma vez, portanto, a expectativa
inflacionária. Não há tolerância à inflação, tem repetido a presidente Dilma
Rousseff, mas os fatos desmentem seguidamente suas palavras. Como o Executivo
continuará tolerante, o Banco Central (BC) será o responsável, como tem sido,
por qualquer esforço real de estabilização dos preços. Abandonado por quase dois
anos, esse esforço foi retomado, recentemente, com dois aumentos de juros.
Consultores e especialistas do setor financeiro, no entanto, continuam
projetando números bem acima da meta para este ano e para o próximo. É preciso
fazer muito mais para mudar a expectativa.
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