domingo, 9 de setembro de 2012

Sindicalismo universitário

O paralelogramo universitário

Na universidade da greve, qualquer arranjo em que o topo seja menor que a base e admita distinções é visto como 'aristocrático'

 O Estado de S.Paulo

"... De qualquer forma, a progressiva desconstrução da identidade intelectual dos professores universitários em prol de uma identidade de "trabalhadores do setor público" foi, por assim dizer, uma conquista da direção da política sindical para o setor, definida nas últimas décadas. Trata-se de uma ressignificação do papel desse corpo profissional, cada vez mais refratário em fazer de seus marcadores específicos parte de uma estratégia de valorização corporativa. Ao contrário, a cultura sindical, por ranço que associa trabalho intelectual a parasitismo e a privilégio, valoriza uma cultura obreirista de chão de fábrica e de "unidade de todos os trabalhadores" contra os malefícios do capital. Não deixa de ser perturbadora a constatação de que o sindicalismo dos professores universitários federais seja ligado a uma central sindical controlada por partidos que, além de fartamente minoritários no cenário eleitoral e por qualquer critério de representatividade mais rigoroso, são possuídos pela crença de que a universidade é um aparelho de reprodução do capital e de bestificação das massas. É duro associar a sofisticação exigida, e por muitas vezes atingida, pela universidade em suas práticas usuais - ensino, pesquisa e extensão - com os enunciados toscos e sectários das "análises de conjuntura" que informam decisões, digamos, da categoria...
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