domingo, 12 de janeiro de 2014

Polítca orçamental

Governo represou pagamentos para obter superávit

Gastos não pagos de um ano para outro, tecnicamente conhecidos como ‘restos a pagar’, aumentaram dez vezes nos últimos dez anos  

08 de janeiro de 2014 | 20h 25
Murilo Rodrigues Alves - Agência Estado
BRASÍLIA - Em uma década, o governo federal multiplicou por dez os gastos que são registrados no Orçamento, mas não são pagos até 31 de dezembro. Conhecida tecnicamente como "restos a pagar", essa rubrica orçamentária atingiu de 2013 para 2014 o recorde de R$ 218,4 bilhões, informou nesta quarta-feira a Secretaria do Tesouro Nacional. Na comparação com 2012 para 2013, o aumento foi de mais de 23%.
Do total desse "orçamento paralelo", R$ 33,6 bilhões foram retidos na boca do caixa e ajudaram a contabilizar o superávit primário do governo - economia para o pagamento da dívida. Essa parcela é destinada às despesas nas quais o serviço que deu origem ao gasto já foi executado, faltando, apenas, o pagamento - os chamados restos a pagar processados. Ou seja, são recursos que deveriam ter ido para as empresas que prestaram serviços ou venderam produtos ao governo, mas foram represados para ajudar na contabilidade oficial.

Nenhum comentário: