O jornalista Lauro Jardim, reverberando o temor de muitos maus analistas e jornalistas, escreveu hoje a seguinte nota, sobre as reservas internacionais do país (link no primeiro comentário):
"O Brasil segue lançando mão de suas reservas cambiais.
Quando Jair Bolsonaro assumiu o governo em 1º de janeiro de 2019, as reservas internacionais eram de US$ 374,715 bilhões. A partir daí, elas subiram até alcançar o recorde histórico de US$ 390,510 bilhões no dia 25 de junho.
A partir daí, o BC começou a vender seus dólares. E o Brasil chegou a 31 de dezembro, com US$ 365,481 bilhões em reservas. Em seis meses, elas ficaram US$ 34 bilhões mais magras. Dá uma média diária de US$ 181 milhões."
Alguma mentira ali? Nenhuma. Mas é uma informação incompleta, pois foca no estoque bruto de reservas, desconsiderando outros fatores importantes para uma boa análise dos fatos.
Vejam abaixo uma tabela do próprio Banco Central com a nossa posição cambial líquida, que inclui, além das reservas mencionadas, o estoque de Swaps cambiais e outras variáveis que influenciam o estoque líquido de divisas.
Reparem que a queda das reservas nominais, desde junho, ocorreu na mesma proporção da queda das operações de Swaps, que eram de US$ 67 bi em junho e hoje são de "apenas" US$ 35 bi.
Reparem ainda que as reservas líquidas ($327 bi) são hoje maiores que as de dezembro de 2018 ($315 bi) e praticamente iguais as de junho, mês em que as reservas nominais atingiram seu ápice, conforme indicado pelo jornalista Jardim.
A propósito, a queda das reservas nominais também não tem nada a ver com o aumento do déficit em transações correntes, e muito menos com a redução do saldo da balança comercial. O déficit da conta financeira (viagens, fretes aluguéis, juros e lucros, menos o saldo comercial) foi coberto com folga pela entrada líquida de capitais (IED). (link no segundo comentário).
Que tal nos preocuparmos com o que realmente interessa?
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