O gráfico abaixo tem passado com certa frequência pela minha TL, pelo menos desde aquela fala descuidada, embora não equivocada, do Ministro Paulo Guedes sobre o 'Estado parasita'. A intenção, evidentemente, é demonstrar que o Brasil não tem tantos funcionários públicos quanto muitos imaginam, estando inclusive abaixo da média mundial. Mas não se iludam: a história é um pouco mais complicada e, no fim das contas, o que aquele gráfico mostra é que o funcionalismo tupiniquim é, sim, em grande medida, um peso morto para a população..
De fato, o problema do funcionalismo tupiniquim não é a quantidade, mas o seu altíssimo custo para a população - e não vou nem mencionar aqui o número absurdo de terceirizados em serviços de segurança, limpeza e apoio administrativo no setor público, que estão fora das estatísticas oficiais.
O Brasil gasta mais com funcionalismo do que o Chile, Portugal e França. Em relatório de 2017, o Banco Mundial mostra que os gastos do país com servidores (de todas as esferas de governo) alcançaram 13,1% do PIB em 2015 (último dado disponível). Outros países desenvolvidos, como Austrália e EUA, gastam consideravelmente menos —a massa salarial equivale a cerca de 9% do PIB.
Segundo o levantamento do Banco Mundial, com base nos dados do IBGE, o setor público paga em média salários 70% mais elevados do que os pagos pela iniciativa privada formal —R$ 44.000 contra R$ 26.000 por ano— e quase três vezes mais do que recebem os trabalhadores informais (R$ 16.000 anuais).
Se controlados os efeitos de nível educacional, cor e gênero —motivos que ajudam a explicar a diferenças salariais no Brasil—, o funcionário público do governo federal tem um prêmio salarial 67% superior ao de semelhantes do setor privado.
É o maior prêmio pago a servidores públicos em uma comparação com um grupo de 53 países e superior ao de todas as nações que integram a OCDE, o que coloca o Brasil como um "outlier" nesse quesito [caso fora do padrão, no jargão estatístico], segundo o Banco Mundial. (link no primeiro comentário)
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