Excelente síntese por Helga Hoffman sobre a “herança bendita” recebida por Lula a partir do trabalho feito pela equipe liderada por Pedro Malan e Arminio Fraga na transição política de 2002-2003. Em 2023 haverá uma verdadeira herança maldita a ser deixada pelo psicopata e pelo Centrão. Chora Brasil.
HERANÇA MALDITA É O QUE VEREMOS EM 2023
Em 2003, Lula recebeu um país em ordem, numa transição exemplar. Foi herança bendita, que o médico Antônio Palocci continuou. Até que este foi vencido por Zé Dirceu na briga interna do PT. Daí em diante, seguindo com a suposta economista Dilma Rousseff, a política econômica do PT se dobrou às pressões corporativistas as mais variadas e foi tão desastrada que desembocou na estagflação de 2014-2016. Quando o PT fala em herança maldita para 2002, de fato insiste numa “MENTIRA A LA GOEBBELS”, que ofusca em boa parte que o impeachment da “Presidenta” ocorreu porque havia uma recessão que o próprio PT construiu. Lula-Alkmin vão ver o que de fato é uma herança maldita quando estiverem no poder em 2023. Não é por acaso que meu lema há um ano ainda se referia a outro médico: “Brasil doente, Mandetta presidente”. Mas o União Brasil preferiu “candidatura presidencial de mentirinha”, como, aliás, o MDB também. E o PSDB é uma ruína que já não será mais uma construção socialdemocrata. Acho bom Lula-Alkmin tratarem de entender a herança maldita que haverão de receber, a do futuro. E aí Lula quem sabe entenderá o que foi que recebeu em 2002.
Reproduzo o que disse Armínio Fraga, com toda razão, sobre a tal herança maldita do passado.
“A lamentável adesão tardia de Meirelles
Nada contra o que foi feito, foi um sinal importante. Tenho, sim, contra a mentira à la Goebbels da herança maldita, pois, com sinais relativamente pequenos, a situação rapidamente voltou aos trilhos
Arminio Fraga*, O Estado de S.Paulo
31 de maio de 2022 | 04h00
Henrique Meirelles foi um competente presidente do Banco Central e ministro da Fazenda. Sua nova coluna é bem-vinda. Mas, infelizmente, ele estreou repetindo um erro grosseiro. Em coluna da jornalista Claudia Safatle na edição de 4 de março de 2022 do Valor, ele afirmou que o Brasil devia ao FMI US$ 30 bilhões e tinha U$ 15 bilhões de reservas cambiais. Em sua coluna de 11 de março, Safatle publicou uma correção, que reproduzo a seguir: “Os números corretos são: as reservas cambiais somavam US$ 38 bilhões no fim da gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso, cifra superior, portanto, ao empréstimo do FMI, de US$ 30 bilhões, dos quais o Banco Central havia sacado duas parcelas de US$ 6 bilhões. A primeira parcela foi sacada no segundo trimestre de 2002, e a segunda, no fim do mesmo ano. O restante da linha de crédito do Fundo Monetário ficou à disposição do governo do então presidente Lula, que assumiu no dia 1.º de janeiro de 2003”. Ele fala em reservas líquidas negativas de US$ 15 bilhões, quando o número verdadeiro era positivo em US$ 26 bilhões (38 menos os 12 sacados).
Meirelles fala também na elevação dos juros a 26,5%, o que de fato ocorreu. Mas omite que já estavam em 25%, o que levou o então coordenador da (caprichada) transição a brincar comigo que, assim, não sobrava nada para eles.
O mesmo vale para o saldo primário, superavitário desde 1999, e elevado em menos do que 1 ponto do PIB. Ele fala também em inflação a 17% nos 12 meses terminados em junho de 2003, mas omite a depreciação cambial de quase 100% provocada, em boa parte, pelo medo do que seria um governo do PT.
Nada contra o que foi feito, foi um sinal importante. Tenho, sim, contra a mentira à la Goebbels da herança maldita, pois, com sinais relativamente pequenos, a situação rapidamente voltou aos trilhos. A adesão tardia de Meirelles a essa tese é lamentável.
*EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, ECONOMISTA”
Nenhum comentário:
Postar um comentário