UM CALOTE DE R$ 44 BILHÕES
Depois da farra do crédito fácil, que alavancou o crescimento do País até 2010, nova classe média dá calote recorde e a economia brasileira patina. Impacto chegou a diferentes setores da economia
O Estado de S.Paulo
A técnica em enfermagem Wedna Bispo, 31 anos, ganha R$ 1,2 mil por mês e até
outro dia devia quase R$ 34 mil na praça. Não consegue lembrar tudo que comprou,
mas estava pendurada na loja de material de construção, em dois cartões de
crédito, no banco e na faculdade. Estica prazo daqui, renegocia dali, agora só
falta discutir R$ 2,6 mil com o curso de enfermagem. "Minhas dívidas viraram uma
bola de neve. Se você não controla, só se lasca." Wedna admite ter se perdido
nas compras, mas hoje percebe que o descontrole não foi só dela: num dos cartões
de crédito, a administradora lhe deu limite para gastar R$ 1,2 mil por mês -
exatamente o valor de seu salário.
Wedna é uma típica brasileira da nova classe média enrolada na armadilha do crédito fácil. Como ela, milhões de pessoas atraídas pela oferta de crédito abundante nos bancos se atiraram às compras em 2009, 2010 e no início de 2011. Este ano, a conta chegou. Para muitos, foi como acordar de um surto coletivo de embriaguez: as doses de crédito a mais desaguaram num calote total de R$ 44,2 bilhões em bancos, financeiras e no cartão de crédito. Para comparar, em 2010, a inadimplência total era de R$ 23,7 bilhões, quase a metade de hoje. As contas foram feitas pela economista Marianne Hanson, da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
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Wedna é uma típica brasileira da nova classe média enrolada na armadilha do crédito fácil. Como ela, milhões de pessoas atraídas pela oferta de crédito abundante nos bancos se atiraram às compras em 2009, 2010 e no início de 2011. Este ano, a conta chegou. Para muitos, foi como acordar de um surto coletivo de embriaguez: as doses de crédito a mais desaguaram num calote total de R$ 44,2 bilhões em bancos, financeiras e no cartão de crédito. Para comparar, em 2010, a inadimplência total era de R$ 23,7 bilhões, quase a metade de hoje. As contas foram feitas pela economista Marianne Hanson, da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
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