terça-feira, 8 de abril de 2014

Burocratismo

Nossa burocracia é tão mastodôntica que permite haver despachantes milionários


Agregando valor ao cartório
Agregando valor ao cartório
Artigo de Pedro Burgos, editor-chefe do site Oene, publicado em edição impressa da revista Superinteressante
A BALADA DA BUROCRACIA
Nosso país é um dos poucos que podem se dar ao luxo de ter despachantes milionários. Culpa de um labirinto burocrático que “desagrega valor” da nossa economia – e que nos afasta da área VIP do mundo
O rei do camarote gasta de R$ 5 mil “até o infinito” (R$ 70 mil, pela contabilidade do sujeito) em uma noite, boa parte em garrafas de champanhe com pirotecnia. Bom, esbanjadores exibicionistas sempre existiram, e não são exclusividade dos novos-ricos nacionais.
O que realmente intriga aí é outra coisa: de onde vem a fortuna do baladeiro. Alexander de Almeida é despachante. Não que isso seja ilegal ou imoral (ainda que engorde, caso você exagere no champanhe). O problema é termos uma burocracia tão mastodôntica que permite a existência de despachantes milionários.
No fundo, é como se alguém ganhasse dinheiro por vender cobertores para os pacientes largados nos corredores dos hospitais públicos: há um problema que poderia ser solucionado caso o Estado fosse mais eficiente no atendimento à população, mas, enquanto isso não acontece, alguém vê uma oportunidade a ser explorada. O Brasil seria um país melhor se eles não fossem tão necessários. Fato. Mas, infelizmente, eles são.
A burocracia brasileira passa pela necessidade de imensas pilhas de papel, filas em repartições públicas e carimbos de cartório até para procedimentos simples. Gasta-se muito tempo com todas essas necessidades artificiais: são em média 119 dias para abrir uma empresa (contra 20 nos países desenvolvidos).
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