The Economist’ chama PIB do Brasil de ‘moribundo’ e sugere demissão de Mantega
6 de dezembro de 2012 | 18h52
Sílvio Guedes Crespo
A revista britânica The Economist levantou o tom contra a presidente Dilma Rousseff e engrossou o coro dos que pedem a cabeça do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A publicação disse que a economia brasileira é uma “moribunda criatura”, chamou a presidente de “intrometida-chefe” (em referência às intervenções do Estado no mercado) e acrescentou que, se ela fosse mesmo pragmática, “deveria demitir o senhor Mantega”.
O semanário publicou três textos sobre a economia brasileira. O título de um deles é: “Colapso da confiança – se quiser um segundo mandato, Dilma Rousseff deveria arrumar uma nova equipe econômica“.
Após a divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceu apenas 0,6% do segundo para o terceiro trimestre, parte dos agentes do mercado disse acreditar que Mantega seja substituído. De outro lado, houve quem argumentasse que o cálculo do PIB estivesse subestimando o tamanho da economia, por tratar os ganhos do setor financeiro com uma metodologia imprecisa – análise que também é questionada.
Na ocasião, Mantega defendeu-se dizendo que a maior parte dos economistas do setor privado também errou a previsão do PIB e lançou um pacote de estímulos à construção civil e disse que novas medidas estão por vir.
Para a Economist, o problema não está na falta de esforços do governo para fazer o País crescer e sim no que a revista avalia como uma “intromissão” excessiva do governo na economia.
Abaixo, trechos da reportagem:
“Apesar dos esforços oficiais cada vez mais frenéticos para estimular (a economia brasileira), a moribunda criatura cresceu apenas 0,6% no terceiro trimestre – metade do número previsto por Guido Mantega.”
“A preocupação é de que a presidente seja, ela própria, uma intrometida-chefe. Ela insiste que é pragmática. Se for, deve demitir o senhor Mantega, cujas projeções otimistas demais perderam a confiança dos investidores e nomeie uma nova equipe capaz de ganhar a confiança das empresas.”
“Ainda mais do que Luiz Inácio Lula da Silva, a senhora Rousseff parece acreditar que o Estado deve dirigir as decisões do investimento privado. Tais micro-intervenções derrubam a confiança na política macroeconômica.”
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